quinta-feira, 29 de março de 2012

Redenção, cidade do Sul do Pará, realiza o 1º transplante de rim do interior da Amazônia




O Hospital Regional Público do 
Araguaia (HRPA), no município 
de Redenção, sul do Pará, 
realizou nesta quarta-feira (28) o primeiro transplante 
renal do interior da Amazônia e centro-oeste brasileiro. 


Anival Simão Ângelo (e) antes de receber o rim do cunhado, Clécio de Jesus Ribeiro Borges, no

Hospital Regional do Araguaia, em Redenção

O procedimento foi coordenado pelo médico Juliano Mundim, nefrologista do Hospital Regional, e contou com a equipe de médicos, anestesistas, enfermeiros e técnicos de enfermagem do hospital. Após cerca de 11 horas de cirurgia, doador e receptor estão bem e continuarão internados para observação e acompanhamento.
O paciente Anival Simão Ângelo recebeu o rim do cunhado, Clécio de Jesus Ribeiro Borges, ambos moradores do município de Ourilândia do Norte. Anival é comerciante, faz diálise há um ano e meio e, há seis meses participa do programa de diálise no Hospital do Araguaia. Como o doador e o receptor não são parentes diretos, foi necessária uma autorização do Ministério Público, da Comissão de Ética e da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) do Pará.
"Fiquei comovido com o sofrimento do meu cunhado, que já vinha fazendo diálise há um ano e meio, por isso resolvi fazer os exames e descobri que somos compatíveis. A partir daí, não tive dúvidas que seria o doador", contou Clécio.
O Hospital Regional do Araguaia foi habilitado pelo Ministério da Saúde para realizar transplante renal e retirada de múltiplos órgãos pela Portaria SAS/MS, nº 278/2011. O transplante de órgãos em hospitais do interior da Amazônia brasileira e Centro-Oeste é um fato novo, e o HRPA foi o primeiro a realizar o procedimento.
Dia histórico - "Hoje foi um dia histórico na transplantação de órgãos no Brasil e no mundo. Este fato traz implicações importantes para o desenvolvimento e acessibilidade dos transplantes de órgãos no Brasil e, principalmente, em regiões fora dos grandes centros urbanos, em consonância com um dos principais objetivos almejados pela comunidade transplantadora brasileira, que é a descentralização e regionalização dos transplantes, tornando este tratamento de alta complexidade acessível à população", disse o médico André Rodrigues, coordenador da Central de Transplantes da Sespa.
No processo de preparação para a realização de transplantes, o HRPA adquiriu material cirúrgico específico para o procedimento e também medicamentos imunossupressores. 

A equipe multiprofissional do hospital fez treinamento em São Paulo, e foi firmada uma parceria de cooperação técnica com a Hepato (organização de São Paulo especializada em transplantes), para acompanhamento do primeiro transplante no interior do Pará. O hospital também assinou um contrato de cooperação técnica com um laboratório de patologia clínica, para contra prova dos exames de quantificação do nível sérico (quantidade de uma determinada substância no sangue).

Para a realização do primeiro transplante, o Hospital do Araguaia elaborou todos os protocolos clínicos e administrativos relativos ao procedimento e qualificou, por meio de treinamentos internos, a equipe para a implantação das rotinas.

"Estamos muito felizes com a realização do primeiro transplante de órgãos no HRPA. É uma conquista de toda a equipe de profissionais, que está altamente qualificada para ofertar serviço de qualidade à população. Isso consolida o nível de alta resolutividade e qualidade do hospital, que segue trabalhando para garantir novos serviços ao interior do Estado", disse Dagmar Dutra, diretora geral da instituição.

O Hospital Regional Público do Araguaia é uma unidade do governo do Pará, gerenciado pelo Instituto de Saúde Santa Maria (Idesma/OSS). O hospital realiza atendimento hospitalar e ambulatorial de média e alta complexidade, exclusivo para usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), com atendimento 100% regulado pela Central de Regulação do 12º Centro Regional de Saúde.




Texto:
Ana Claudia - Hospital Metropolitano
Fone: (91) 30733713 / (91) 8112-7034
Email: 
anaclaudia@web.hmue.org.br 

Hospital Metropolitano
BR-316 Km 03 s/n CEP: 67113-100
Fone: (91) 3073-3700 / 3073-3713
Site: www.pa.gov.br Email: anaclaudia@web.hmue.org.br

quarta-feira, 7 de março de 2012

EXPRESSÃO PARÁ , a revista do Sul do Pará, obra prima de Idelson Gomes, nosso grande Editor sul-paraense



A Revista Expressão Pará é uma publicação da empresa Mídia Mix Produções Jornalismo e Marketing Ltda. O idealizador do projeto é o experiente repórter Idelson Gomes, Diretor Geral da revista, que há 5 anos circula no mercado. Conheço esse editor, a sede da Midia Mix, que edita a revista, fica em Rio Maria. Talento não depende de geografia. A edição Janeiro/fevereiro é a Edição 12. 

Há mais de 17 anos ele atua na região sul do Pará, tendo uma história marcante e com credibilidade na imprensa regional através dos conceituados Jornais Folha de Carajás, A Notícia e Diário do Pará.
 A informação está no seu sangue e no sangue de seu irmão Lourivan Gomes, diretor do Jornal A Notícia de Redenção. Lourivan já se destacou através de matérias veiculadas a nível nacional, no SBT.
 




 
Sede da Midia Mix e Revista Expressão em Rio Maria.
EXPRESSÃO foi o nome escolhido por Idelson Gomes e o comunicador de Parauapebas Laércio de Castro, um dos colaboradores para a concretização do projeto. Célio Decker de Xinguara também chegou a ser sócio da empresa, com participação somente na primeira edição, ambos se afastaram e somente Idelson continuou com o projeto.






UM GRANDE EDITOR ENTRE NÒS.



O perfeccionismo de Idelson Gomes é impressionante, ele insistiu com a Revista Expressão, quando outros desistiram do projeto, e, como filho que se vê crescer assim ele prosseguiu com a Revista, encontrando apoio em grandes anunciantes como a LEOLAR, uma espécie de Casas Bahia da região; e, e anunciantes institucionais como a Reinarda Mineração. Jornalista, cinegrafista, repórter, serigrafista, etc., Porém eu o destaco como um grande EDITOR. Casado com Charlene, nasceu uma filha ao casal, a feliz Randara.



Idelson, é o homenageado do Blog, um grande profissional e grande amigo, (ele não pagou nada pra eu dizer isso !) 






sábado, 3 de março de 2012

Tacacá no Pará, uma saborosa tradição no fim de tarde !!


Tacacazeiras dão sabor às ruas


e mantém tradição




“Panela era o que não faltava na minha casa. Uma vez, quando uma dessas bem grandes estava no chão, eu corri para me esconder lá dentro. Tinham tirado o tucupi há algumas horas, mas ainda tinha aquele cheiro forte, que me sufocou. Até hoje, quando sinto o mesmo cheiro, lembro da sensação de desejo que experimentei criança”. A descrição é de Carmelita Vilela, dona de uma barraca no bairro do Bengui, em Belém.


Aos 32 anos, ela já fala com a destreza de quem tem experiência na função. “Assumi a barraca aos 16 anos, quando a minha mãe ficou doente. No começo tive que enfrentar muito preconceito, porque os clientes são fiéis à tacacazeira, não necessariamente ao tacacá. Mas com o tempo fui conquistando um por um, principalmente quando decorava exatamente o jeito que eles preferiam”, explica.


Para ela, o trabalho escolhido representa mais do que o meio de sobrevivência da família, composta por ela, a irmã, dois sobrinhos e três filhos. Ser tacacazeira significa ser parte de uma cultura maior e, principalmente, manter viva a história da região. “É bom se sentir especial”, brinca.

JAMBU Spilanthes olerace. 




















Enquanto Carmelita consolida o próprio espaço, Maria Coutita da Costa já colhe os frutos de mais de 30 anos de comercialização, sempre no mesmo endereço, a poucos metros da Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, onde o barulho dos periquitos e das mangas caindo faz charme no local. Natural do município de Mocajuba, ela começou a vender tacacá quando veio a Belém, após os ensinamentos da tia. “Na época a gente ralava mandioca na mão, corria do rapa. Tirar o tucupi era difícil, pois contava com poucas pessoas”. Como os filhos eram pequenos, só ela e o marido eram responsáveis por todo o processo.



Agora, aos 70 anos de idade, ela mantém os olhos atentos no funcionamento do empreendimento, mas já deixa os filhos assumirem parte das funções, que têm como princípio valorizar sempre os clientes fiéis e amigos, sem deixar de inovar. “Criamos um prato especialmente para os turistas, que é a ‘varuçoba’, mistura de vatapá, maniçoba e tacacá. Além disso, aqui pimenta e sal são colocados à parte, de acordo com o pedido, porque existe o cuidado com clientes hipertensos”, explica.

Goma do Tacacá, é um mingau bem grosso sem leite, feito do "polvilho"

E se o endereço oficial é longe dali, exatamente no bairro da Terra Firme, ela diz que aquele perímetro é seu verdadeiro lar. “Abrimos todos os dias, desde o início da tarde. Passamos mais tempo aqui do que em casa”.

Associação

Com 28 membros, a Associação das Tacacazeiras e Comidas Típicas de Belém tem contribuído para desenvolver as técnicas de preparo e adaptar os espaços às exigências municipais. “Trocamos barracas de madeira por estruturas de inox. Explicamos a importância da higiene, de trazer tudo pronto de casa e evitar lavagens na rua. Quando uma pessoa começa a se adequar, isso influencia também outras tacacazeiras, e assim a gente vai melhorando o atendimento”, garante a presidente da organização, Ivanete Costa. Assim, aos poucos, ela pretende realizar seu maior sonho: manter a tradição. “Tudo que é feito com amor dá certo. Não penso em trocar de emprego. Quero apenas valorizar minha profissão”.



































Fique de olho
- As cuias devem estar em número certo para a quantidade de clientes, para que não sejam lavadas no local;
- Comidas devem ser preparadas em casa e mantidas em altas temperaturas;
- A reutilização de sobras é proibida;
- O dinheiro não pode ser manuseado pela mesma pessoa que pega o alimento;



Para eles, prato é ritual indispensável
A gaúcha Vera Mogilka, no texto “O Tacacá”, já escreveu: “É preciso que seja ao anoitecer. Ainda não de todo
noite completa; ainda não dia findo. Àquela hora semi-crepuscular, indecisa e feminina quando, por fim, o céu se envolve de um azul-cinzento intenso ou aquela chuva antes da saída da lua”. E é justamente neste exato momento do dia que as tacacazeiras recebem a maioria dos seus clientes.
Uma delas é a técnica em enfermagem Iara Cecim. Todos os dias, antes de começar o plantão noturno, ela se senta num dos banquinhos de Dona Josefa e saboreia o seu elixir. “Virou questão de rotina mesmo. Se não tomar é como se faltasse algo, afeta até o meu humor”, diz. Por mês, ela gasta aproximadamente R$ 120 só com tacacá, sem contar as idas com a filha e o marido. Mas ela não se importa e garante: vale a pena. “Cada um sabe o que lhe faz bem e eu só vivo com o meu tacacá”, brinca. Sem conseguir descrever com palavras, ela pede que os outros simplesmente se deixem encantar pelo prazer de tomar tacacá.
Na mesma hora, só que do outro lado da cidade, no bairro da Cremação, o professor Wlaber Ramos vai ao restaurante É Pará. É lá que, pelo menos três vezes na semana, ele toma seu tacacá. “Tomo para revigorar, principalmente no final da tarde, depois de vir cansado do trabalho”, conta. Inaugurado recentemente bem ao lado da escola onde é professor de Matemática, o local rapidamente conquistou Walber, porque mantém exatamente a fórmula que ele considera essencial no prato: tradição e qualidade. “Temos que sentir os ingredientes bem preparados, novos e com sabor. É uma cozinha exótica e muito peculiar. Só provando para entender”, comenta.
E foi justamente assim que aconteceu com Flávio Boução. Carioca de nascimento, ele veio, parou e ficou no Pará. Aqui, um dos pontos que mais amor conquistou do empresário foi a mistura de sabores das comidas regionais, em especial o tacacá. Todas as segundas-feiras ele vai ao Tacacá do Renato, um dos mais famosos de Belém, para degustar do prato. E não importa se faz chuva ou sol, se é segunda-feira ou feriado. “Qualquer dia é bom para o tacacá. A vontade é constante, mas fica ainda maior se no dia anterior a gente tomou algumas cervejas a mais. Cura qualquer ressaca e indisposição”, brinca. Para ele o ideal é que venha pouca goma, camarões grandes e muita, mas muita, pimenta. Quando alguém de fora hesita em se arriscar no mundo desconhecido da culinária local, ele é enfático. “Não pode ter preconceito. Tem que provar. Todos da minha família e amigos que vieram provaram e nunca se arrependeram”, garante. (Diário do Pará)


Fonte: Diário do Pará